As taxas de retenção na fonte vão baixar para todos os salários até ao 8.º escalão, com um alívio maior em agosto e setembro. Saiba o que muda no IRS de 2025.
O Governo baixou este ano novamente as taxas de retenção na fonte, numa tentativa de aproximar o imposto mensal a pagar do que é devido ao Estado.
O alívio fiscal mensal pode resultar num reembolso mais reduzido - ou até no pagamento de IRS - aquando da entrega da declaração em 2026. No entanto, traduz-se em mais liquidez ao longo do ano, com mais dinheiro disponível todos os meses. Tal como em 2024, o benefício nas novas taxas de retenção é mais acentuado nos primeiros meses de aplicação da medida, funcionando como um ajuste retroativo desde o início do ano.
O desconto mensal aplica-se aos primeiros 8 escalões de IRS, com uma redução média na taxa de retenção entre 0,4% e 0,6%. As novas taxas variam entre 12,5% e 44,6% do salário ou pensão aplicável. Fica excluído deste alívio fiscal o último escalão, correspondente a rendimentos anuais superiores a 83.696€ anuais, que mantém a taxa máxima de IRS de 48%.
Nos primeiros meses de aplicação das novas taxas de IRS, os rendimentos mais baixos beneficiam de isenção na retenção na fonte. Para os salários brutos até 1.136€, não há retenção de IRS. No caso das pensões, a isenção aplica-se a rendimentos até 1.116€, subindo para 1.152€ no caso de casais com apenas um titular. Em ambas as situações, sobre o rendimento bruto incide apenas a taxa de 11% para a Segurança Social.
A diferença face aos meses anteriores será mais significativa nos salários e pensões mais altas, podendo representar um acréscimo superior a 800€ em agosto ou setembro. Já nos rendimentos mais baixos que não estejam isentos, o aumento será mais modesto, mas ainda assim positivo.
As taxas de retenção funcionam como uma espécie de retroativo relativo aos meses de janeiro a julho.
As novas tabelas estabilizam, mantendo-se em vigor até ao final do ano e continuarão a ser aplicadas em 2026, caso não haja alterações no próximo Orçamento do Estado.
Quanto aos rendimentos isentos de retenção na fonte, vão até aos 870€ - o valor do salário mínimo, sendo esse limite o mesmo para pensões.
Embora as taxas de retenção de outubro se aproximem mais das que vigoraram entre janeiro e julho, a redução final representa cerca de 2€ a 15€ por mês, dependendo do escalão de cada contribuinte.
As novas tabelas de retenção do IRS estão disponíveis para consulta aqui, onde pode encontrar:
As tabelas extraordinárias aplicáveis em agosto e setembro, com a respetiva parcela a abater;
As tabelas definitivas que entram em vigor a partir de outubro;
A versão completa em Excel, aqui.
Se é trabalhador por contra de outrem, não precisa de fazer nada. A aplicação das novas taxas de retenção é automática e cabe à entidade empregadora atualizar os valores na folha de vencimento.
Para os meses de agosto e setembro, se a empresa não conseguir aplicar as novas taxas com os retroativos, pode corrigir os valores nos meses seguintes, até dezembro.
Além dos trabalhadores e pensionistas com rendimentos mais baixos, também as pessoas com deficiência são especialmente beneficiadas. Os limites de isenção de retenção aumentam significativamente:
Até 1.816€ para pessoas não casadas ou casadas com dois titulares.
Até 2.257€ para casais com apenas um titular.
Se não houver alterações no Orçamento do Estado, as novas taxas de retenção mantêm-se em vigor em janeiro de 2026.
Na entrega da declaração de IRS em 2026 (relativa aos rendimentos de 2025), a maioria das pessoas terá um reembolso menor, recebendo mais ao longo do ano. Algumas poderão ter de pagar IRS. O acerto depende de fatores como:
Número de dependentes;
Despesas dedutíveis (saúde, educação, ginásios, restauração, etc.).
A alteração da retenção na fonte, com nova tabela de IRS, junta-se a outras medidas fiscais recentes, como a introdução do IRS Jovem.
Quando recebe um valor adicional fora do habitual - como o reembolso do IRS, um bónus ou os retroativos de novas tabelas de retenção, surge a dúvida: como usar esse dinheiro?
É comum haver uma conta pendente ou uma despesa adiada, mas é importante também pensar no futuro. Poupança e investimento devem ser considerados.
Uma opção a considerar são os seguros, que podem proteger a sua vida, a da sua família e os seus bens - e em alguns casos funcionam também como forma de investimento.