Atualidades > Cancro da Próstata por Dr. José Dias
Apoio ao Cliente CA Vida

Cancro da Próstata por Dr. José Dias

Cancro da Próstata: tudo o que precisa de saber

 

Por Dr. José Santos Dias, Diretor Clínico do Instituto da Próstata

 

O que é o Cancro da Próstata?

 

Trata-se de um tumor maligno da próstata, órgão que se localiza abaixo da bexiga e em torno da uretra. É um dos tumores mais comuns entre os homens, especialmente a partir dos 50 anos e a segunda principal causa de morte por cancro no sexo masculino

 

Um dos desafios associados a este tipo de tumor é a sua evolução geralmente silenciosa. Nas fases iniciais e na maioria dos casos, não provoca sintomas nem queixas.

 

Quais são as causas deste tumor?

 

Alguns fatores aumentam o risco de desenvolvimento do Cancro da Próstata, tais como: 

  • 1
    Idade avançada. É mais frequente após os 50 anos e a probabilidade aumenta com o envelhecimento;
  • 2
    Histórico familiar. O risco é superior quando existem familiares próximos com a doença;
  • 3
    Etnia. É mais frequente em homens negros;
  • 4
    Testosterona. Esta hormona masculina estimula a multiplicação das células prostáticas, podendo contribuir para a degeneração celular e o crescimento tumoral. 

Certos hábitos alimentares também parecem estar associados ao risco, como dietas ricas em gorduras saturadas e proteínas, ou o consumo excessivo de carne vermelha. A obesidade e o contacto com substâncias tóxicas podem igualmente estar relacionados com maior probabilidade de desenvolver este tumor.

Sintomas do Cancro da Próstata

 

 

 

Durante os primeiros anos de evolução, o Cancro da Próstata tende a ser assintomático.

 

Embora a próstata possa provocar diversos sintomas, estes são geralmente causados pelo aumento benigno deste órgão. 

Entre os mais comuns estão:

 

  • Jato urinário fraco;

 

  • Demora para iniciar ou terminar de urinar;

 

  • Necessidade de esforço abdominal para urinar; 

 

  • Sensação de bexiga incompletamente esvaziada;

 

  • Aumento da frequência urinária, diurna e noturna; 

 

  • Urgência súbita para urinar ou perda involuntária de urina (durante a urgência, após a micção ou durante o sono).

Dado que o tumor não se manifesta nas fases iniciais...

 

É fundamental realizar os exames recomendados, como a análise ao sangue PSA (Antigénio Específico da Próstata).

Nos casos mais avançados:

 

Podem surgir sintomas como dores ósseas, perda de peso, fadiga, falta de apetite e, em situações graves, sinais de compressão da medula vertebral - indicadores de uma fase muito avançada da doença.

Como é feito o diagnóstico?

 

O diagnóstico envolve: 

  • Análise ao sangue (PSA); 
  • Exame físico, incluindo o toque retal (cuja má reputação não é justificada);
  • Exames de imagem, como ecografia e ressonância magnética. 

 

Para confirmação, é necessária uma biópsia da próstata, atualmente realizada por via perineal com fusão das imagens da ressonância e da ecografia - substituindo a antiga abordagem trans-retal.

 

Foi diagnosticado um Cancro da Próstata... E agora? 

 

Felizmente, ao contrário do que acontecia no passado, a maioria dos casos diagnosticados atualmente estão numa fase localizada, o que significa que são curáveis, com tratamentos que visam eliminar completamente a doença. Os tratamentos atuais são significativamente menos agressivos, desde que o diagnóstico seja precoce. Em fases avançadas, a realidade é diferente.

 

Destacam-se os seguintes tratamentos: 

  • Braquiterapia, destruição das células malignas através da colocação de implantes radioativos ("sementes") no interior da próstata. As versões mais recentes deste tratamento incluem braquiterapia guiada por ressonância magnética e braquiterapia 4D. A taxa de cura ultrapassa os 90% aos 10 anos nos casos localizados;
  • Cirurgia robótica, técnica laparoscópica assistida por robô, que reproduz os movimentos do cirurgião. A taxa de cura é semelhante à da braquiterapia em tumores localizados e pouco agressivos; 
  • Radioterapia externa, alternativa à braquiterapia, utiliza uma fonte externa de radiação concentrada na próstata, através de um equipamento semelhante a um aparelho de TC ou ressonância magnética; 
  • Outras técnicas, incluem crioterapia, braquiterapia focal e HIFU (ultrassons focados de alta intensidade), aplicadas conforme as características do tumor. 

Nos casos mais agressivos ou localmente avançados, o tratamento pode combinar várias abordagens: cirurgia, radioterapia externa, hormonoterapia ou associações entre estas. 

 

Prognóstico do Cancro da Próstata... só depois do jogo?

 

O prognóstico depende fortemente da fase em que o tumor é diagnosticado. Quando identificado precocemente, o Cancro da Próstata apresenta um dos melhores prognósticos entre os tumores malignos masculinos — com taxas de sobrevivência superiores a 90% ou mesmo 95% aos 10 anos. 

 

Por outro lado, diagnósticos tardios estão associados a pior prognóstico, com maior probabilidade de reincidência ou persistência da doença.

 

Por isso, é essencial realizar o diagnóstico atempadamente — consultar o urologista e fazer o teste do PSA a partir dos 50 anos (ou dos 45, em caso de histórico familiar).